Na criação do frango não se aplica hormônio

Você sabia?

Boa parte dos consumidores ainda acredita que o frango, no Brasil, é criado com hormônio. Mas esta informação não é verdadeira. “Tudo o que observamos hoje no crescimento da produção de frangos é resultado da evolução científica e tecnológica zootécnica: está relacionada com a seleção genética, e melhorias em aspectos como nutrição, manejo, instalação e aspectos sanitários”, afirma o professor Ricardo de Albuquerque, do Departamento de Nutrição e Produção Animal da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da USP.

Segundo ele, há normas nacionais e internacionais sobre esse tema. “O Brasil exporta carne de frango para mais de 200 países, é o segundo maior produtor e exportador mundial. Se não seguisse essas normas, não conseguiria vender o produto para países como Japão e nações da União Europeia, por exemplo”, destaca.

Albuquerque lembra que é importante não confundir hormônios com os antibióticos usados como promotores de crescimento. “Diversos melhoradores de desempenho podem ser incorporados à ração das aves, como enzimas, vitaminas, ácido orgânico, produtos simbióticos, probióticos e prebióticos. São promotores de crescimento que não causam prejuízo à saúde humana”, conta. Isso vale para os antibióticos. “Não são os mesmos usados em humanos. São específicos para uso em animais”, completa.

O uso de hormônio não passa de mito. “Além de não ser permitido, porque não é seguro para a saúde humana, é inviável economicamente uma vez que o hormônio teria que ser aplicado individualmente em cada ave”, diz. “Imagine aplicar hormônio em 7 bilhões de pintinhos que nascem por ano no Brasil... É impraticável”, ressalta.

Então, se não são usados hormônios, o que explica o crescimento da produção brasileira de frango? “É o avanço tecnológico. O processo de seleção para melhoramento genético, por exemplo, é muito rápido no caso do frango”, responde. Ele explica que uma única matriz – o animal que foi selecionado para cruzamento – consegue reproduzir cerca de 150 pintinhos para corte por ano. Só para efeito de comparação, uma matriz de gado bovino produz um único filhote a cada dois anos.

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