Conheça a diferença entre probióticos, prebióticos e simbióticos

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13/05/2016 - Os probióticos, prebióticos e simbióticos se enquadram na definição de alimentos funcionais, ou seja, aqueles que além de cumprirem sua função básica de nutrir entregam um “algo a mais” a quem ingere, no sentido de promoção da saúde. Já se sabe que seu consumo regular pode assegurar o equilíbrio do conjunto de microrganismos que habita o microbioma intestinal (intestino humano) e até mesmo reduzir os riscos de doenças cardiovasculares, osteoporose e câncer, entre outras enfermidades.

“Temos evidências dos efeitos benéficos desses alimentos para a saúde, como a redução do colesterol, do risco de câncer de cólon, e do seu papel no controle da pressão arterial”, afirma Susana Marta Isay Saad, pesquisadora do Centro de Pesquisa em Alimentos (Food Research Center – FoRC) e professora da Faculdade de Ciências Farmacêuticas. Ela ressalva, no entanto, que os efeitos dessas propriedades funcionais ainda estão sendo estudados. “A eficácia desses alimentos sobre o estado de saúde e nutrição de uma pessoa também depende da composição e da atividade metabólica da microbiota intestinal de cada pessoa”, pondera.

Confira as características de cada um:

Probióticos
São micro-organismos vivos que, administrados em quantidades adequadas, conferem benefícios à saúde de quem os ingere. São geralmente encontrados em produtos lácteos, o que inclui os iogurtes, produtos à base de leite fermentado, como o famoso Yakult. Bactérias pertencentes aos gêneros Lactobacillus e Bifi dobacterium e, em menor escala, Enterococcus faecium, são as mais frequentemente empregadas como suplementos probióticos para alimentos. “Os probióticos são bactérias que, em primeiro lugar, conseguem passar a barreira do estômago - que é muito ácido - e chegar intactas ao intestino. Então elas colonizam temporariamente a mucosa intestinal, e aí começam a competir com outras bactérias, inclusive as que causam doenças, reduzindo o risco de ocorrência de enfermidades intestinais”, explica Susana Saad, do FoRC. Mas atenção: essa colonização dura pouco. Uma semana, no máximo quinze dias. “Por isso, a ingestão do alimento funcional tem de ser um hábito, pois ela é profilática. Não adianta tomar um iogurte hoje e depois nunca mais”, lembra a pesquisadora.

Prebióticos

São componentes alimentares não digeríveis que estimulam seletivamente a proliferação ou atividade de populações de bactérias desejáveis no intestino, beneficiando o indivíduo que hospeda essas bactérias. Os prebióticos são fibras, mas nem toda fibra é considerada prebiótica. Como os componentes da fibra não são absorvidos, eles penetram no intestino grosso e fornecem substrato para as bactérias intestinais. Mas as fibras prebióticas são aquelas que, além de chegarem intactas ao intestino, estimulam apenas a proliferação das bactérias benéficas. Susana Saad cita a inulina, os fruto-oligissacarídeos (FOS) e os galacto-oleossacarídeos como bons exemplos de prebióticos. “Os prebióticos estão presentes nas plantas, mas em pequena quantidade. Eles são isolados por processos industriais e adicionados aos alimentos.” As principais fontes empregadas na indústria de alimentos são a raiz da chicória e a alcachofra de Jerusalém.

Simbióticos
É um produto no qual se combinam prebióticos e probióticos. Segundo Susana, o consumo de probióticos e de prebióticos selecionados apropriadamente (simbióticos) pode aumentar os efeitos benéficos de cada um deles. E que o efeito simbiótico pode, inclusive, ser direcionado às diferentes regiões “alvo” do trato gastrintestinal: os intestinos delgado e grosso.

Você sabia?
Uma microbiota intestinal saudável é aquela que conserva e promove o bem estar e a ausência de doenças, especialmente gastrintestinais. Novas pesquisas sugerem diversas formas de manejo da microbiota, desde o uso de pré e probióticos, até a manipulação da dieta e o transplante de bactérias presentes nas fezes humanas. A manipulação da microbiota intestinal é um tema relativamente novo na academia.

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