De acordo com a farmacêutica Rhaisa Azevedo, que finalizou recentemente a pesquisa “Dietas Gluten Free para Indivíduos Saudáveis: Análise das Informações Difundidas pela Mídia Leiga”, existem três principais doenças direta ou indiretamente ligadas ao consumo de glúten: a doença celíaca, a sensibilidade ao glúten sem doença celíaca e a alergia ao trigo.

“A doença celíaca acontece quando as gliadinas, que são proteínas que compõem o glúten, entram em contato com as células do intestino delgado e provocam uma resposta imune. Então ocorre a destruição das células que revestem o intestino delgado. E isso pode provocar diarreia crônica, distensão abdominal, inchaço e perda de peso, e até mesmo anemia, distúrbios neurológicos e osteoporose.” 

Segundo a pesquisadora, além do consumo do glúten e da predisposição genética, é também necessária a presença de fatores imunológicos e ambientais para que a doença celíaca se expresse. A maneira mais segura de fazer o diagnóstico é verificar a dosagem, no sangue, dos anticorpos contra o glúten.

Já na sensibilidade ao glúten, sem doença celíaca, o trato gastrointestinal e a permeabilidade da barreira intestinal são preservadas. Entretanto, o paciente que mantém uma alimentação convencional, rica em glúten, sofre inúmeros distúrbios. Para o diagnóstico clínico, sintomas comuns a essa sensibilidade – tais como cansaço, dores de cabeça, desconforto gastrointestinal, gases e diarreia – devem sumir quando o paciente suspende a ingestão de alimentos contendo glúten. Entretanto, não há nenhum exame bioquímico eficaz para o diagnóstico preciso dessa condição.

Por fim, a alergia ao trigo é uma reação autoimune na qual os anticorpos do organismo mediam uma resposta inflamatória às proteínas do trigo. “A alergia ao trigo está relacionada a diversas proteínas do trigo, inclusive às gluteninas de alto peso molecular, que compõem o glúten.”

Não há cura para a doença celíaca nem para as outras enfermidades ligadas ao consumo do glúten. O melhor tratamento ainda é retirar da dieta os alimentos que contenham essa proteína. Mas isso só deve ser feito por nutricionistas, com o diagnóstico em mãos, após a consulta a um médico. 

Saiba mais:

Não existe comprovação científica de que uma dieta sem glúten pode fazer você emagrecer