Não existe comprovação de que o consumo de alimentos que contêm antioxidantes possa retardar o envelhecimento

Você sabia?

Retardar o processo de envelhecimento do organismo é tema de inúmeras pesquisas mundo afora. De acordo com a pesquisadora Inar Castro, do Centro de Pesquisa em Alimentos (FoRC – Food Research Center), minimizar a oxidação é um dos caminhos que a ciência vem tentando trilhar no sentido de adiar o processo de envelhecimento. “Assim como os óleos oxidam, as gorduras do nosso corpo também oxidam. Ou seja: nós também oxidamos, pois também somos alimento dentro da cadeia alimentar. Essa oxidação está associada, por exemplo, ao potencial de envelhecimento. Por isso, existe um interesse grande de refrear, de minimizar a reação oxidativa in vivo. E aí aparecem milhões de promessas.”

Alguns alimentos, como o suco de uva ou o vinho tinto, por exemplo, são alardeados como possíveis combatentes dos radicais livres, e também ajudariam a reduzir os riscos de doenças cardiovasculares. Associados ao processo de envelhecimento, os radicais livres são moléculas que, por alguma razão, perderam um elétron, o que acarreta instabilidade molecular. De acordo com Inar, os mais abundantes são espécies de oxigênio ou nitrogênio.

“Por questão de permeabilidade e solubilidade, essas moléculas vão atrás de repor esse elétron. E elas tiram de onde for mais fácil, de onde estiver mais próximo: de proteínas, de lipídios... Nesse processo, causam danos às substâncias de onde estão tirando o elétron, porque desestabilizam a outra molécula. A isso damos o nome de radicais livres. Alguns são muito agressivos: por exemplo, o radical hidroxila, um dos mais potentes em termos de capacidade de extrair elétrons de outras moléculas. Para ‘brigar’ com ele tem de ser algo mais forte. Aí é que entram os antioxidantes.”

Crédito da foto: Banco de Imagens da USP.

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