Microbiota intestinal: muitas dúvidas e poucas certezas

O biólogo Christian Hoffmann, que nos últimos 15 anos dedicou seus estudos à microbiota, principalmente a intestinal, fala quais são os avanços do conhecimento na área e o que está por vir.

Fronteira do conhecimento

06/01/2023 - A microbiota intestinal, composta por um complexo de diferentes espécies de micro-organismos, é parte integral da fisiologia humana, mantendo uma relação simbiótica com nosso organismo. Tanto que muitos estudos mostram estados alterados na microbiota em pessoas doentes em comparação com indivíduos saudáveis. Então, a pergunta que fica é? Alterações na microbiota podem causar doenças ou seria o contrário?

Segundo o biólogo Christian Hoffmann, integrante do Centro de Pesquisa em Alimentos (Food Research Center – FoRC) que estuda o assunto há mais de 15 anos, há evidências nas duas direções. Em modelos animais, por exemplo, alterações nesse sistema de micro-organismos induziram à obesidade. Segundo ele, é muito provável que a microbiota tenha uma influência em praticamente todas as doenças crônicas não transmissíveis. “Diabetes, obesidade, problemas cardiovasculares, todas essas doenças têm links muito fortes com a microbiota”, diz.

Alguns estudos, segundo Hoffmann, estão bem avançados. “A gente sabe quais são as moléculas que estão sendo produzidas, consegue entender os mecanismos envolvidos; outros, no entanto, são bem rasos”, diz. Em alguns casos, há evidência de que a microbiota foi alterada pela doença. Para outros, não sabe se sabe se a disbiose (alteração no equilíbrio da microbiota) é a causa ou o efeito.

Ao conceder uma entrevista para o podcast Universo Geralista, Hoffmann abordou diversos aspectos do assunto, falando sobre as possíveis causas da disbiose; influência da dieta; diferenças de microbiotas em populações ancestrais e industrializadas, evidências de intervenções (transplante fecal, probióticos), entre outros.

Ouça a entrevista completa no Spotify ou assista no Youtube.

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