O que estou perdendo ao trocar suco natural da fruta por um refresco ou néctar?

Nutrição na medida

Do ponto de vista nutricional, substituir o suco natural por qualquer outra bebida à base da fruta não é um bom negócio – embora, por força da praticidade, o consumo de néctares, refrescos prontos, refrescos em pó e outras bebidas do gênero não pare de crescer. De acordo com a Associação Brasileira da Indústria de Refrigerantes e Bebidas não Alcoólicas (ABIR), em 2014 o consumo per capita dessas bebidas foi de 180,3 litros (a categoria inclui águas minerais, bebidas à base de soja, chás prontos para beber, energéticos, isotônicos, néctares, refrescos em pó, refrescos prontos para beber, refrigerantes e sucos concentrados). Em 2010, consumíamos pouco mais de 150 litros per capita.

Sensíveis ao apelo por uma alimentação mais saudável, muitas vezes os consumidores creem que, ao ingerir um néctar ou um refresco, ou ainda substituindo o refrigerante por um suco em pó, estarão consumindo mais frutas. Mas é preciso atentar aos ingredientes que compõem tais bebidas.

Evidente que nada contém tanta fruta como o suco natural integral. Ele é 100% fruta. Vamos tomar o suco de laranja industrializado como exemplo. Por lei, no suco de laranja não pode haver adição de corantes e aromatizantes. Pode ser adicionado, no máximo, 10% de açúcar.

No caso do refresco, do refrigerante e do suco em pó, a polpa de laranja é quase sempre o terceiro ingrediente, logo atrás da água e do açúcar. É permitida a adição de corantes, aromatizantes e conservantes.

O gráfico abaixo dá uma medida do peso da fruta entre os ingredientes de diversas modalidades de bebidas à base de laranja:

grafico suco

Segundo os dados, o suco em pó tem ainda menos fruta que o refrigerante. Que por sua vez tem a mesma quantidade de suco do refresco. Quanto ao néctar, pela lei brasileira tem de ter 50% de massa de polpa de fruta. O consumo do néctar cresce a uma média de 15% ao ano desde 2011. Segundo a ABIR, em 2014 o País consumiu 1,3 milhão de litros de néctar de frutas. Nesse mesmo ano, o Instituto de Defesa do Consumidor (Idec) fez uma pesquisa com 31 amostras de néctar e identificou que 10 delas não tinham a quantidade mínima de polpa exigida por lei (na época, 40%). Além disso, todas as marcas apresentaram teor alto de açúcar.

Então, fica a dica: nada supera o suco natural. E, se tiver de substituir, use polpa congelada, contanto que seja de procedência confiável.


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